A dança?
Não é movimento, súbito gesto musical
É concentração, num momento da humana graça natural
No solo não, no éter pairamos,nele amaríamos ficar.
A dança- não vento nos ramos: seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixãolibertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descreversuas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,por sobre o mistério das fábulas.
Carlos Drummond de Andrade
Viola de bolso (1950-1967)
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